27.7.10

NÃO TEMOS VA(R)GAS

Veio JK, querendo crescer a qualquer custo, mas encontrou a máquina pública engessada, para dar um jeito nisso criou a COSB, comissão de simplificação burocrática, e a CEPA comissão de estudos e projetos administrativos, mas, num da muito certo. Ele cria algumas Estruturas Adhocráticas (Ad hoc) pra ajuda-lo a construir Brasília, essas estruturas eram uma espécie de força tarefa que deveria se dissolver, pelo uso do tempo verbal já da pra imaginar o que aconteceu.
A criação de Brasília foi a ideia mais inteligente que um presidente teve, se os políticos já não fazem nada lá no cerrado, imagina se ainda fosse no Rio, além de tentar desenvolver a região centro-norte do país, mas isso já não deu tão certo. Pra JK e outros que o sucederam, resolver o problema da administração pública era simples, descentralizar. Aí separaram administração direta da indireta. E criou-se um fosso entre as duas.
Sai JK entra Jango e continua na mesma, em 1962 acontece o segundo movimento de estabilização, todos que entraram na administração pública sem concurso foram estabilizados, o primeiro foi em 46. Ou seja o pessoal ad hoc que era temporário ganhou estabilidade e a administração pública foi inchando e ficando mais engessada. O pessoal não queria ir pra Brasília, ficou uma parte no Rio, estava uma verdadeira zona.
O João Goulart (governo parlamentar) chamo um cara pra ser ministro, um tal de Amaral Peixoto, que criou a Comissão Amaral Peixoto, que criou o Projeto Amaral Peixoto. Que tinha as mesmas ideias da COSB e da CEPA. Colocou mais gente na bolha. Como se não bastasse em 64 veio a COMESTRA que resgata o projeto da COSB, CEPA e CAP.
Veio outro golpe, 1964, militares novamente no poder. Agora vai, vamos descentralizar a administração pública. Essa palavrinha era a moda, mas eles ainda achavam que separar a Administração Direta da Indireta era o caminho. Criaram autarquias, fundações, empresas públicas... E nem tinha eleição hein, imagina se tivesse.
Com essas separação eles implantaram a flexibilização, isso colocou a administração indireta pra concorrer no livre mercado e esta teve que se virar. Nessa época ainda fixaram as bases do controle interno e externo, começaram a administrar as compras, estruturaram o poder executivo, ou seja todos os ministros tinham o mesmo status. Surge aí o primeiro suspiro da Administração Pública Gerencial, que seria implantada em 1995.
Essa separação criou uma grande dicotomia na administração, ela era por um lado tecnocrata – Administração Indireta, dinâmica, precisava se virar pra poder concorrer e a Administração Burocrática – a Administração Direta.
Bom vamos muda de assunto, vou conta agora a parte mais interessante do Jornal Nacional:
“...boa noite.”

TEMOS VA(R)GAS!!!

Aí chegou o Vargas, entro e de 1930 a 34 foi um estado autoritário, depois foram concedidos os direitos políticos aos cidadãos, começa um grande movimento desenvolvimentista. De 34 a 37 Vargas é agora presidente eleito. Em 37 vendo que os comunas estavam conspirando, Getúlio, malandro que era resolve dar o golpe nele mesmo e assumir o poder de forma autoritária. Alguns chamariam isso de esquizofrenia, mas o cara dar um golpe em si mesmo é malandragem pura.
De 37 a 45 o Brasil, apesar do estado autoritário, vive os maiores ganhos na área social: CLT, Previdência... Em contra partida foram extintos os direitos políticos, era shareware. O Brasil só foi comprar (baixar) a versão completa em 45, e ainda veio com uns bugs que perduraram até “os caras pintadas”.
Em 1938 o Decreto lei 578 cria a DASP, um órgão para implantar a adm. pública burocrática, esse DASP fazia de tudo, cuidava do RH, MRP, inspecionava... Getúlio, como era grade latifundiário antes de ser presidente, carregava consigo a política patrimonialista, mantinha a politica clientelista nas esferas media e baixa da administração, assim ele conseguia uns carguinhos pros camaradas sem precisar de processo administrativo fantasma. Na esfera mais alta não, tinha que ter concurso. Mas que passava nesses concursos era tudo filhinho da burguesia criado a leitinho com pera, Ovomaltine na geladeira. Ou seja não mudou quase nada. Esses molequinho juvenil trabalhando na administração formaram um estamento burocrático e o Patronato Político Brasileiro, que na verdade eles queriam prestigio, riqueza e p(h)oder (com a nossa vida). A administração pública era um híbrido de burocracia patrimonial.
Sai Vargas, entra Dutra e o SAlTE – Saúde, Alimentação, Transporte e Energia, mas num vira muita coisa não. Aí com a corrupção comendo solta o Getúlio volta, mas não da conta de conter as forças patrimonialistas que ele fez questão de deixar um pouquinho quando teve a chance de liquidar. Um carinha aí denuncia os esquemas de corrupção dentro do governo, logo depois esse carinha quase é morto pelo motorista do Getúlio. Aí o Getúlio se mata. Imagina as revistas de fofoca nessa época, o caso bruno ficaria no chinelo.
Fim da era Vargas (ah brincou...) durante dois anos os militares dominaram, até que veio JK queria crescer 50 anos em 5.

Brasil, um país de tolos...

Vamos falar de Brasil, e adivinha qual é o assunto em pauta? Futebol? Samba? Carnaval? Fofocas de ex-BBBs? Crimes que chocaram o país? Nããããoooooo!!!! Muito melhor que isso, vamos falar da evolução administrativa desde o Brasil colônia.

O Brasil recém-descoberto, na verdade, num servia pra porra nenhuma além dos Lusos virem buscar Pau aqui. O Rei pra fazer um agrado dividiu o territorio em capitanias hereditárias e deu pros seus amigos. [Chamaram de pásargada, eles vinham aqui e comias as indias que queriam nas camas que escolhessem (MANUEL.BANDEIRA.MODE.ON)]. Nessas tais captanias hereditárias, o poder estava centralizado, na verdade era uma zona esse país (era?), o poder em Portugal (logo alí), o vazio de autoridade, a morosidade e principalmente o mimetismo são cacterísticas desta época. O mimetismo nada mais era do que copiar o que eles fazem lá fora (como usar terno em país tropical, comer comidas ricas em sódio, e usar coisas iguais só que pagando 10x mais) so que as caracteristicas do país eram outras.
Mas beleza, veio a família real pra as terras tupiniquins, e trouxaram consigo as bases para a implantação da soberania nacional (bonito isso neh?), porém a administração patrimonial, aquela que o rei acha que é tudo dele, continua arraigada. Aí aconteceu mais um monte de coisas importantes como a chegada da cerveja trazida por D. João 6º (se chamava barbante), mas eu não vou me ater a isto agora.
Veio então em 1889 a proclamação da república, e com ela e tentativa de implantação do estado liberal, pra varia ó nois aí querendo copia os gringo de novo. Os estado querendo independencia financeira. Aí o Brasil pensou “ah eu vo para de copia os gringos” e foi na contra-mão, enquanto em todo o mundo as revoluções eram motivadas pelas camadas sociais mais baixas na antiga Terra de Santa Cruz ,agora com um nome bem mais da hora, a revolução foi feita pelos grandes latifundiários. Isso mesmo a elite também faz essas coisas caótica de marginal comunista. Como o Brasil ainda continuava interventor, eles (a elite) queriam negociar com quem bem entendessem, sem o estado pra encher o saco, trouxeram com elas a coisa mais revolucionária que acontecera na adminstração pública, ela passou a ser patrimonial ¬¬. Isso mesmo, não mudou porra nenhuma, essa cultura patrimonial dominada péla elite nacional permeou a administração de corrupção e nepotismo (ainda bem que não vivemos naquele tempo neh?!)
Aí chegamos em 29, no Brasil grandes latifundiários perderam muita grana, também os caras so vendiam café. Aí Washington Luis (mais conhecido como Cumpadi Wóxto I) tinha desenvolvido muito o estado de São Paulo, e este estado tento da um passa muleque em minas na política café com leite, aí coloco Júlio Prestes no poder. Os mineiros ficaram putos, se uniram aos gaúchos e paraíbanos, aproveitando o fortalecimento militar, e lá vem o gooolllppeeee... Mas o que nós lemos nos livros de historinhas que nos passam nestes órgãos doutrinadores que eles apelidaram de escola, é que este golpe veio para derrubar o estado materialista.

Adm Pública Uma breve história

Ah o Estado, essa entidade intocável materializada pelo governo! Se autorregula e controla as relações entre os indivíduos. Porém para este Estado funcionar ele deve ser bem administrado e é o que falaremos aqui. Administração Pública no Brasil e no mundo.

No início era o feudo, cresceram os burgueses, urbanizaram e tomaram o poder. Nas cidades continuou tudo a mesma merda, ao invés de Senhores feudais, vassalos e suseranos, tínhamos o monarca, o burguês e o proletário. Neste momento o estado era o Rei, a res publica era igual à res principis, ou seja não havia distinção entre os bens do rei e os bens do estado (tudo junto e misturado). O rei torna-se absoluto, e desagrada a burguesia que o financiava.
Temos a Administração Pública Patrimonialista.
A burguesia revoluciona, une-se ao proletariado e impõe um regime parlamentarista. O rei ainda está lá, mas só pra organizar orgias, aparecer em revista de fofocas (como aquelas pessoas que não sabem fazer porra nenhuma e ninguém sabe por que são famosos, são socialites). A burguesia traz consigo a ideia de estado liberal.
Temos a Administração pública híbrida, Patrimonialista e Burocrática.
O estado liberal diz que o estado não pode por a mão em quase nada, o mercado, as relações humanas... tudo irá se regular sozinho, até teria condições se o homem não fodesse tudo. Então enquanto o rei faz suas orgias, a burguesia se masturba e limpa com dinheiro. A classe operária, que ajudou a burguesia a tomar o poder, começa a ser explorada. Adivinha por quem??? Pois é, sadistas que são os burgueses desenvolveram os mecanismos de tecnologia e mercado à custa de qualquer coisa.
Pois é em meio a este clima de exploração surge à busca pelos direitos sociais do homem em sua relação com o trabalho. Esta insatisfação cada vez maior e o desfile de podridão do imperialismo, culminam na primeira guerra mundial, no sistema econômico até então não acostumado com períodos de guerra e com a economia europeia devastada os EUA começaram a ter lucros estupendos, porém a Europa se colocou em pé novamente e diminuiu o consumo do “american way of life”. Olha 29 aí gente!!! Diu diu diu diú....
Eh, ao contrário do que os “Blue Meanies” pensavam, manter o estado engessado não é muito bom. Depois de terem sentado na graxa em 29, surge a ideia de estado interventor, direitos sociais, e ideia de bem-estar-social (welfare state). Essas ideias, influenciadas por Keynes, começam a ganhar mais força na II guerra. Surge a teoria da cidadania de Marshal, não, não é aquela marca de amplificador. Ele definia cidadão como um indivíduo com direitos civis, políticos e sociais.
Depois, visto que o mundo precisava de uma nova ordem, veio o new deal, Bretton Woods, FMI, BIRD, lastro com o ouro, dólar moeda universal, fim do lastro com o ouro. A música gspel virou blues, que virou rock que virou metal, que virou musica do capeta, mas isso é outra história, dexa pra depois.
Bom chega de falar dos gringos... depois falaremos de Brasil...